Trump Pressiona a China, e o Setor de Celulares no Brasil Pode Registrar um Aumento de 30%

A guerra comercial entre Estados Unidos e China poderia estimular um crescimento significativo na produção de smartphones no Brasil, até maio, com capacidade potencial para fabricação de 10 a 19 milhões de unidades além do necessário para abastecer o mercado interno em 2025. Esse excedente poderia ser destinado aos Estados Unidos, principalmente diante da tarifa do presidente norte-americano contra a China. Essa possibilidade é definida por Reinaldo Sakis, diretor de pesquisas da IDC, como uma "oportunidade dos sonhos" para a indústria brasileira, especialmente aquela instalada no Polo Industrial de Manaus.
Enquanto os Estados Unidos impõem tarifas de até 125% sobre produtos chineses, os itens fabricados no Brasil enfrentam uma alíquota muito menor, de 10%. Isso torna o produto brasileiro mais competitivo que o chinês no mercado norte-americano.
Este aumento na produção pode ser alcançado com medidas simples, como a adição de um novo turno de trabalho em fábricas como as da Samsung, Motorola ou Foxconn (Apple). Essa mudança representaria um crescimento entre 26% e 33% na produção nacional de celulares, em comparação com as estimativas mais pessimistas para 2025.
A Zona Franca de Manaus, maior polo industrial do Brasil, está ganhando novo protagonismo. A Samsung, maior fabricante mundial de celulares, possui planta na região e tem condições técnicas para produzir modelos topo da linha — justamente os mais vendidos no mercado americano. Além dos smartphones, outros produtos de alto valor agregado também podem se beneficiar de uma nova onda exportadora a partir de Manaus.
No entanto, especialistas alertam que o Brasil está longe de competir com a China em escala e infraestrutura industrial. Para além dos 10 milhões de celulares já possíveis, seria necessário alto investimento em ampliação de fábricas e melhorias logísticas.
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