Terraformation no Marte é difícil, mas não é impossível

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Um estudo apresentado pela Leszek Czechowski, geofísico da Academia Polonesa de Ciências, durante a 56ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária mostra que terformar Marte é extremamente difícil, mas não inalcançável. Apesar dos enormes desafios logísticos e tecnológicos, transformar o planeta em um ambiente habitável para humanos exigiria soluções audaciosas e esforço de longo prazo.

A principal barreira é a atmosfera rarefeita de Marte, que hoje possui pressão tão baixa que a água no corpo humano ferveria instantaneamente. Isso significa que qualquer presença humana ali exige trajes pressurizados. Para tornar o planeta pelo menos tolerável, seria necessário aumentar muito essa pressão.

Uma das regiões mais promissoras é a Hellas Planitia, uma depressão natural em Marte, onde a pressão atinge cerca de 1% da terrestre (ainda longe do ideal, mas mais próxima do mínimo necessário). Alcançar 10% da pressão da Terra já permitiria certa avanço, pois a água somente ferveria a 50 °C, o que oferece alguma margem de segurança.

Para isso, seria preciso introduzir uma grande quantidade de gases na atmosfera marciana. Para tal, Czechowski calculou que essa operação exigiria importar material suficiente para alterar significativamente o ambiente, o que demandaria uma quantidade colossal de energia.

Asteroides do cinturão principal são próximos e acessíveis, mas não contêm água nem nitrogênio em quantidade suficiente. Já a Nuvem de Oort tem material de sobra, mas está tão distante que levar um único objeto até Marte levaria cerca de 15 mil anos.

O Cinturão de Kuiper é considerado como a melhor alternativa. Ele abriga corpos gelados ricos em água, que poderiam ser redirecionados ao planeta em poucas décadas. Um impacto desses liberaria calor e gases, ajudando a aquecer Marte e engrossar sua atmosfera.

No entanto, redirecionar esses corpos não é simples. Ao se aproximarem do Sol, eles podem se fragmentar e perder parte do material necessário. Usar a gravidade dos planetas para guiá-los também pode ser arriscado, desestabilizando as estruturas frágeis desses objetos.

A solução proposta por Czechowski é o uso de um motor iônico alimentado por fusão nuclear para conduzir esses corpos com segurança até Marte. Essa tecnologia ainda está em fase conceitual, mas não é impossível de ser desenvolvida em um futuro de médio ou longo prazo.

Em resumo, terformar Marte está longe de ser fácil – mas com planejamento, inovação e décadas de esforço, pode ser alcançável. Apesar dos desafios enormes, a possibilidade continua acesa para quem sonha com um planeta vermelho mais parecido com a Terra.


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