O que é a Linha de Karman? Limites do Turismo Espacial e Controvérsias

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Fonte da imagem: canaltech.com.br

Como ricos e famosos realizam viagens exóticas que repercutem ao redor do mundo - uma espécie de turismo bilionário -, termos como a Linha de Kárman se tornam mais frequentes na notícia. O Canaltech já falou sobre onde a Terra acaba e o espaço começa, mas vale a pena voltar ao assunto. Particularmente porque cruzar-a se tornou uma aventura possível para aqueles que podem desembolsar valores que superam os milhões.

A linha de Kármán marca aproximadamente a altitude em que aeronaves tradicionais (aviões comerciais e militares) não conseguem mais voar com a mesma eficiência e segurança. Aeronaves que viajam acima da linha de Kármán precisam de um sistema de propulsão (motor e empuxo) que não depende da sustentação gerada pela atmosfera terrestre, porque o ar é simplesmente rarefeito demais ao ultrapassar a sua altitude. Em outras palavras, a linha de Kármán é o limite onde leis da física envolvendo o voo mudam.

No meio do século XX, o engenheiro aeroespacial húngaro-americano Theodore von Kármán procurou determinar a altitude em que a atmosfera se torna tão rarefeita que um voo sustentado por asas (como o de aviões comerciais) se torna impraticável. A partir de certo ponto, manter uma aeronave no ar exigiria uma velocidade tão alta que seria mais eficiente colocá-la em órbita. Com base em seus cálculos, essa transição ocorre entre 80 e 100 quilômetros de altitude, uma faixa que passou a ser conhecida como “linha de Kármán”.

Para ser justo, foi Andrew G. Haley, um advogado, que propôs que esse número (ou esse intervalo) indicasse a fronteira entre a atmosfera e o espaço sideral, e o nomeou em homenagem. O próprio Kárman nunca publicou formalmente seu trabalho sobre a linha, e sua associação com ela surgiu do trabalho de Haley. Sendo a altitude exata da linha de Kármán fluida, porque a densidade do ar varia ao longo do tempo dentro dessa longa faixa.

A resposta depende de para quem você pergunta. No início da década de 1960, a Federação Aeronáutica Internacional (FAI) adotou um limite de 100 km. Porém, o segundo praticado pela NASA, pela Federal Aviation Administration (FAA) e pela Força Aérea dos Estados Unidos - além das empresas de turismo espacial de iniciativa privada como a Blue Origin (de Jeff Bezos) - é o de 80 quilômetros de altitude.

Basicamente, ultrapassar a fronteira imaginária pode definir quem é astronauta e quem não é. A leva de turistas civis pagando caro e voando alto terão que ultrapassá-la em naves de passeio para poder dizer que foram ao espaço. Dado contrário, “apenas” terão participado de voos suborbitais, ainda em altitude considerada parte da atmosfera terrestre (que não tem limite definido e se altera, gradualmente, entre camadas). Sendo assim, a distinção entre o que é atmosfera terrestre e o que é espaço sideral é tênue, permitindo interpretações diferentes.

Para se ter ideia, a Organização das Nações Unidas (ONU) considera que o espaço sideral é livre para exploração por todos os países interessados, sem fronteiras como acontece na Terra.


Matéria retirada de: canaltech.com.br

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