260-milhão-anos-velho Bosque Fossilizado encontrado no Rio Grande do Sul

Paleontólogos da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) descreveram recentemente fósseis de plantas com mais de 260 milhões de anos encontrados em Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul. A análise desses vegetais pré-históricos permite a reconstrução da história ecológica de um bosque que existiu onde hoje estão os pampas gaúchos.
No total, o grupo estudou mais de 200 fósseis de plantas que povoavam o antigo continente Gondwana. Entre eles, folhas, ramos e troncos provenientes de samambaias, cavalinhas, licófitas e coníferas do período Permiano, há cerca de 260 milhões de anos.
Foi em 1951 que esse material foi descoberto pela primeira vez. Um grupo de pesquisadores estava fazendo o mapeamento geológico da região de Cerro Chato quando se deparou com os restos de vegetais pré-históricos. No entanto, cientistas só começaram a investigar os fósseis apenas em 2021.
Segundo a equipe, o material encontrado está preservado num nível raro. Isso permite que os paleontólogos reconstruam com notável precisão as condições ambientais e ecológicas do local no Permiano, período em que o planeta passava por uma extinção em massa, com eventos climáticos extremos e aquecimento global.
"O Permiano se caracteriza por uma aridificação gradual, com o fim dessa época pontuado por um evento significativo de extinção em massa que impactou profundamente os ecossistemas continentais", escreveram os pesquisadores no estudo.
Os fósseis se encontram na coleção científica do Laboratório de Paleobiologia da Unipampa. A instituição pública é declarada depositária fiel dos materiais de Cerro Chato e seus paleontólogos pretendem continuar investigando os vegetais pré-históricos para reconstruir o passado natural do Brasil e do mundo.
"A natureza excepcional do afloramento do Cerro Chato não apenas enriquece nosso conhecimento sobre a biodiversidade vegetal do Permiano, mas também serve como referência para futuras investigações paleobotânicas e paleoclimáticas no local, destacando a importância de conservar e estudar esse raro patrimônio paleontológico", concluíram os cientistas.
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